quarta-feira, 30 de maio de 2012

- estupidamente .


Andava ela vagueada pela casa, sozinha. Estava sozinha em casa e sentia-se sozinha no mundo, mesmo não estando. Sentia que não tinha ninguém para lhe dizer ‘gosto de ti’ ou mesmo ‘nunca fui com a tua cara’. Ela sentia-se desta forma, mas sabia que as coisas não eram assim e que nunca o foram. Ela sempre teve quem gostasse dela e também alguns invejosos que não gostavam. Mesmo sabendo isto, sentia-se estupidamente estúpida; estupidamente triste; estupidamente feliz; estupidamente sonhadora; estupidamente inocente; estupidamente só; estupidamente apaixonada; estupidamente tudo.
Não sabia o que sentia pelas pessoas nem aquilo que as pessoas sentiam por ela. Tinha medo daquilo que as pessoas poderiam pensar do ser dela. Talvez estivesse a ser estúpida, mas ela tinha medo… Ela não compreendia o que estava a acontecer na cabeça dela ou, até mesmo, no seu coração. Acho mesmo que ela não queria descobrir aquilo que se passava, por medo. Tinha medo de que fosse algo sem remédio. Mas esqueceu-se que tudo tem remédio e pode ser bem resolvido. Ela tinha medo e não falava com ninguém… não dizia o que sentia nem o que imaginava.
Aos poucos ela foi percebendo o que estava a acontecer dentro de si e percebeu aquilo que ela tinha.
O coração apertado…
- Sara Lopes

quarta-feira, 23 de maio de 2012

quem acredita e nunca desiste, alcança.


"Eu tenho sempre isto em mente: se tu queres muito alguma coisa, mantens em segredo e acreditas. Segredo porque tu nunca sabes o que as pessoas são capazes de fazer, mesmo sem razão, só para te prejudicar e te tirar do teu objetivo. E acreditar é básico, sempre foi a alma de tudo, quem acredita e nunca desiste, alcança."

terça-feira, 8 de maio de 2012

Quem sabe, um dia...

Conforme o tempo passa, a esperança parece que vai crescendo... 
Sinto-me estúpida a sentir isto. 
Não sei quem realmente és. Não te conheço profundamente. Não sei a tua comida ou bebida favorita. Já percebi, mais ou menos, o teu estilo de roupa mas não sei a marca que mais gostas. Não sei os teus hábitos diários, ou não. Não sei os teus vícios, ou se os tens. Não sei quem odeias nem quem amas. 
Não sei o que é, mas há algo teu em mim. 
Os dias passam e vou descobrindo, cada vez mais, algo novo em ti. Não é novo para os outros, mas para mim. Vou descobrindo os teus gostos e os teus hábitos; os locais que costumas frequentar. 
Não te sei explicar o que há dentro de mim. Serei eu a querer sonhar alto demais? Nem sei se isto são 'sonhos' da minha cabeça ou se se trata apenas de confusões minhas que nem deveria dar asas para deixar essas confusões voarem; não muito longe, mas até a ti.
Muitas vezes quero esquecer que tenho estes pensamentos ridículos, mas dou por mim à janela a ver quando passas, se é que passas.
Talvez nem repares muito em mim, mas sei que reparas! Talvez não seja aquilo que eu penso, mas é algo!
Quem sabe, um dia...

- Sara Lopes

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Não posso adiar o amor.


"Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas

Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio

Não posso adiar 
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore,
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração"

- António Ramos Rosa


quarta-feira, 2 de maio de 2012

Adeus.


"Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus"

- Eugénio de Andrade (Adeus)